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Jefferson Severino - 22/07/2015 SC 01571 JP
O MUNDO É DOS ESPERTOS
Um homem vivia à beira de uma estrada e vendia cachorros-quentes. Não tinha rádio, televisão e nem lia jornais, mas produzia e vendia os melhores cachorros-quentes da região. Preocupava-se com a divulgação do seu negócio e colocava cartazes pela estrada, oferecia o seu produto em voz alta e o povo comprava e gostava.
As vendas foram aumentando e ele sempre comprava o melhor pão e as melhores salsichas. Foi necessário também adquirir um fogão maior para atender a grande quantidade de fregueses. O negócio prosperava… Os seus cachorros-quentes eram os melhores! Com o dinheiro que ganhou, conseguiu pagar uma boa escola para o filho. Aquela criança cresceu e foi estudar Economia em uma das melhores faculdades do país.
O filho, já formado, voltou para casa e notou que o pai continuava com a vida de sempre, vendendo cachorros-quentes feitos com os melhores ingredientes e gastando dinheiro em cartazes. Resolver ter uma séria conversa com o pai:
– Pai, o sr. não ouve rádio? Não vê televisão, jornais? Há uma grande crise no mundo. A situação do nosso país é crítica. É necessário economizar!
Depois de ouvir as considerações do filho Doutor, o pai pensou: “Bem, se o meu filho que estudou Economia na melhor faculdade, lê jornais, vê televisão e internet, e acha isto, então só pode ter razão!” Com medo da crise, o pai procurou um fornecedor de pão mais barato (e, é claro, pior). Começou a comprar salsichas mais baratas (que eram, também, piores). Deixou de mandar fazer cartazes para colocar na estrada e, abatido pela notícia da crise, já não oferecia o seu produto em voz alta.
Tomadas essas ‘providências’, as vendas começaram a cair e foram caindo, caindo até chegarem a níveis insustentáveis. O negócio de sanduíches daquele homem, antes próspero… faliu. O pai, triste, disse ao filho: – “Você estava certo filho, estamos no meio de uma grande crise!”
E comentou com os amigos, orgulhoso: “Bendita a hora em que pus o meu filho a estudar economia, ele é que me avisou da crise…”
Moral da história: De tanto ouvirmos falar em crise, alguns entram nela de corpo e alma. Crise não é sinônimo de ausência de boas ocasiões. Há sempre dinheiro circulando. Espero é aquele que não se deixa levar pelo pessimismo geral, continua acreditando no seu potencial e sabe farejar as oportunidades.
Crise? Que crise? O mundo é dos espertos.